Dor no membro fantasma e fisioterapia
Quando um membro foi
amputado ou os nervos sensitivos de um membro foram destruídos, em alguns casos
pode ainda estar presente a sensação do membro (membro fantasma) e às vezes
pode ser percebida uma dor referida no membro que está faltando. A dor
associada com o membro que não existe mais é conhecida como dor no membro
fantasma. A dor no membro fantasma é geralmente descrita como sensações de
queimação, choque ou de cãibra e podem persistir por muitos anos após a perda
do membro.
A fonte dessa dor no membro
fantasma podem ser as extremidades rompidas dos nervos periféricos que foram
cortados durante a amputação ou lesão. Isso pode estabelecer padrões anormais
de disparo nas fibras dos nervos periféricos, particularmente dos aferentes
nociceptivos, que fazem contato então com centros superiores e são percebidos
como sensações de dor surgindo nas áreas que esses nervos antigamente supriam.
Adicionalmente, pode haver
alteração na atividade nos neurônios do corno dorsal associada com a
transmissão da dor. Essa atividade alterada pode surgir como resultado de
degeneração aferente induzindo alterações pós-sinápticas nos neurônios do corno
dorsal.
Pesquisas recentes têm sugerido
outra causa para a dor no membro fantasma. Essas propõem que os membros
fantasmas e as sensações associadas a eles seriam consequência da atividade nas
redes neurais nos centros superiores no cérebro. Essas redes neurais formam a
chamada neuromatriz, cuja estrutura e funcionamento seriam geneticamente
determinados e que é susceptível aos impulsos provenientes das estruturas periféricas.
Essa neuromatriz não é localizada, mas fica espalhada pelo cérebro. Proporciona
uma estrutura neural que oferece sustentação à experiência do indivíduo de seu
próprio corpo como uma entidade física que "pertence" a ele. Os
impulsos sensoriais provenientes de todas as áreas do corpo podem manipular e
modificar a atividade da neuromatriz. Tem sido sugerido que a dor no membro
fantasma surge como resultado de modulação anormal ou ausente de impulsos para
essa neuromatriz e ausência de canais de saída provenientes da neuromatriz para
os músculos. É interessante notar que as pesquisas mais recentes têm proposto
um método novo de alívio da dor fantasma em alguns pacientes. Esse efetivamente
envolve enganar o sistema nervoso central do paciente permitindo que os
pacientes "vejam" o membro fantasma usando um reflexo de espelho de
seu membro oposto intato. Quando isso é feito, a manipulação ou movimento do
membro intacto é visto no espelho e transposto para o cérebro com respeito ao
membro fantasma. Em certas circunstâncias essa simples técnica pode ser usada
para remover sensações dolorosas que se originam do membro fantasma.
Principais objetivos
fisioterapêuticos estão relacionados à promoção da função e da independência
funcional e pessoal, à manutenção e ou aumento da mobilidade articular, à
coneificação, à maturação e à dessensibilização do coto, à prevenção de
posturas viciosas, ao cuidado com membro contralateral à amputação (quando esta
for de um membro), ao reequilíbrio da musculatura de sustentação esquelética, à
prevenção de úlceras e lesões de pele; à deambulação, quando possível,
andadores ou muletas, primeiramente, visando à protetização, resgate e nova
configuração da imagem corporal. (SILVA, 2006, CARVALHO,2003; BOCCOLIN, 2000,
SULLIVAN 2006).
Recursos fisioterapêuticos
Enfaixamento correto e
adequado está diretamente relacionado à situação clínica de cada indivíduo
amputado. Ele é importante porque dá sustentação à estrutura externa e interna,
modela o coto, reduz o edema, protege a cicatriz e, como consequência desses
indicadores, diminui e sensação e dor fantasma. Com pressão regular e uniforme,
fazendo a máxima pressão suportável e adequada a cada ocasião da posição distal
para proximal; uso de faixa elástica adequada para esse procedimento; segurança
no enfaixamento, trocas e higiene do coto, especialmente no coxim terminal.
Eletroterapia através do ultrassom
(1MHz e 3MHz) e TENS;
Massoterapia pelas técnicas
de compressão, deslizamentos superficiais, profundos e amassamento;
Cinesioterapia com todas
as possibilidades de exercícios e posicionamentos;
Hidroterapia apresenta propriedades físicas hidrostáticas e hidrodinâmicas, temperatura aquecida e os diferentes artefatos utilizados para a dessensibilização e propriocepção, um excelente recurso a ser utilizado logo após a cicatrização da incisão cirúrgica do coto;
Fortalecimento da
musculatura restante presente nesse coto;
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