Laser na fisioterapia
A palavra laser é de origem inglesa, significa
ampliação de luz por emissão estimulada de radiação. Seria uma forma de
utilização de energia luminosa para o tratamento de diversos transtornos
orgânicos.
É um agente terapêutico ainda bastante
estudado por cientistas em todo o mundo, pois ainda não se conhece com clareza
os mecanismos pelos quais a radiação laser produz seus efeitos no organismo.
Soft-laser:
O chamado laser de baixa potência, também
conhecido como laser frio ou laser de baixa energia, possui sua potência de
alguns watts a qual está abaixo da potência que produz aquecimento no tecido.
Assim os efeitos terapêuticos através da utilização deste laser estão
intimamente relacionados aos efeitos diretos da radiação do que os efeitos
secundários do aquecimento tissular. São dois os tipos de laser considerados
terapêuticos: o de Hélio-Neon e o de Arseneto de Gálio.
Classificação do Laser Quanto a Coloração e Características:
Vermelho:
Hélio-neon → 612 nm
OBS: Com o tempo o gás vai se desprendendo da
ampola e aí essa ampola vai perdendo a sua potência. Isso encareceu muito o
aparelho porque ou tinha que encher a ampola de gás, ou comprar outra ampola, e
ainda tem o fator da contaminação ambiental devido a essa dispersão do gás.
Devido a esses fatores, a mais ou menos 7 anos não se fabricam mais ampolas de
hélio-neon, porém ele trata certas situações, e por isso criaram outro tipo de
arseneto de gálio (com comprimento de onda por volta de 600 nm) para
substituí-los.
Arseneto de gálio → 670 nm
Características:
Produz efeito em até 10mm de profundidade
Emissão contínua (mais cicatrizante)
Infra-vermelho
(invisíveis):
Arseneto de gálio → 830 nm
Arseneto de gálio → 904 nm
Características:
Produz efeito de 5 a 8 cm
Arseneto de gálio de 830 nm → Emissão
contínua (cicatrizante)
Arseneto de gálio de 904 nm → Emissão pulsada
(antiinflamatória e analgésica)
OBS: A emissão contínua faz tudo, mas o que faz
melhor é cicatrizar.
A emissão pulsada faz tudo, mas o que faz
melhor é antiinflamatório e analgésico.
Exemplos:
Para cicatrização de espinha ou furúnculo →
Laser vermelho (hélio-neon ou AG de 670)
Dor intracapsular no ombro → Arseneto de gálio
de 904
Ligamentoplastia de cruzado anterior com dor,
e que precisa cicatrizar → Arseneto de gálio de 830
Artrose de joelho com dor → Arseneto de gálio
de 904
Lesão de cruzado posterior que tem que
cicatrizar → Arseneto de gálio de 830
Lesão de nervo periférico → Arseneto de gálio
de 670 ou hélio-neon
Úlcera de decúbito em região sacra com
exposição de tecido ósseo, com necrose óssea → Na borda da ferida arseneto de
gálio de 670 e no fundo da ferida arseneto de gálio de 830
OBS: Cicatrizes de feridas, de úlcera são feitas
de segunda intenção, ou seja, de dentro para fora, então, primeiro tem que
fechar o fundo e depois a borda.
Efeitos do Laser nos Tecidos Vivos (Efeitos Fisiológicos):
Está diretamente relacionado com a
profundidade atingida. Após a absorção iniciam-se os efeitos.
Efeito Bioenergético:
Através de estudos realizados pelos cientistas
Gurnich, Popp, Mestes e Invshin, houve a conformação de que há em cada célula
uma energia própria e que esta energia
também apresenta-se circulante no corpo.
O desequilíbrio da mesma facilita o aparecimento de diversas doenças e afecções
conhecidas. Desta forma, as irradiações laser proporcionam às células, tecidos
e a todo o organismo de uma forma geral uma energia válida que estimula a todos
os níveis sua troficidade e fisiologia, normalizando as diferenças e
equilibrando suas desigualdades, ou melhor, normalizando e equilibrando a
energia presente no ponto lesado.
Efeito Bioquímico:
Estimulo o organismo a liberar substâncias
químicas.
Vasodilatação
(efeito sobre a microcirculação):
O laser estimula o organismo a liberar
histamina, por isso que o laser pode ser usado numa fase aguda.
OBS: O que contra-indica a termoterapia em fase
aguda é o calor que vai aumentar o metabolismo e alterar as possibilidades de
tratamento, pois vai acelerar o metabolismo do processo inflamatório. O laser é
considerado atérmico.
Também tem ação vasomotora, ou seja, o laser
também reabsorve edemas.
OBS: Numa entorse de tornozelo, gelo, ultra-som e
laser é uma combinação perfeita.
Efeito
trófico celular:
Sabe-se que o restabelecimento da
microcirculação aumenta o aporte nutricional e de oxigênio para os tecidos.
Além disso, exerce um papel essencial nas trocas metabólicas dos tecidos,
particularmente quando os tecidos em questão encontram-se em um estado
funcional patológico.
Antiflogístico:
O laser estimula o organismo a produzir,
liberar interferon.
Analgésico:
O laser estimula a resposta imunológica de
defesa, estimula o organismo a liberar opióides endógenos (serotonina, GABA).
Cicatrizante:
O laser estimula a mitose celular, estimula a
replicação de DNA da célula, também estimula a liberação de prostaglandina para
abrir os canais de Ca+ para cicatrização óssea.
Efeito Bioelétrico:
OBS: A ação bioquímica depende da ação
bioelétrica.
O laser age como normalizador do potencial da
membrana atuando diretamente sobre a movimentação iônica e impedindo sua
despolarização, que por sua vez, evita que um potencial de ação seja gerado na
membrana plasmática e consequentemente que o estimulo nervoso seja conduzido.
Segundo Arthur C. Guyton, pode-se dizer que a
membrana celular apresenta uma diferença, ou seja, uma DDP entre sua face
interna que possui uma discreta carga eletronegativa representada pelas
proteínas, e sua face externa.
Os dois mecanismos básicos que levariam à
manutenção deste potencial da membrana são: difusão dos íons através da membrana
e transporte ativo de íons através da membrana.
Difusão
de íons através da membrana como resultado das diferenças de concentração
iônico entre as duas faces da mesma:
Nesta situação, as propriedades especiais da
membrana celular são responsáveis pelas diferenças de composição dos líquidos
intracelular e intersticial. Esta membrana é praticamente impermeável às
proteínas intracelulares e outros ânions orgânicos. Contudo, é moderadamente
permeável ao íon sódio e até certo grau livremente permeável aos íons potássio
e cloro.
A explicação para as diferenças de
permeabilidade da membrana celular a vários pequenos íons é desconhecida,
porém, existe a hipótese de que a membrana contém poros e que a diferença da
sua permeabilidade poderia estar relacionada com a dimensão do íon a ser
difundido. Porém, como no organismo os íons são hidratados, e embora o peso
atômico do íon potássio seja maior que o do íon sódio, este último hidratado
possui dimensão maior que o íon de potássio nas mesmas condições. Portanto, pode-se
esperar que o íon sódio desloque-se através da membrana com maior dificuldade
que o íon potássio gerando desequilíbrio entre as concentrações intra e
extracelulares. No entanto não deve ser esquecido que os íons deslocam-se
passivamente através da membrana ligados a transportadores lipossolúveis ou por
algum outro meio. Isto faz com que a concentração de íon sódio extracelular
seja em torno de 14 mEq/1, e a concentração de íon potássio extracelular seja
de 4 mEq/1 enquanto que a intracelular seja de 140 mEq/1.
Transporte
ativo de íons através da membrana:
Em se tratando do transporte ativo de íons
através da membrana, deve-se saber que o estabelecimento de gradientes de
potenciais transmembranosos se dá pelo fato de que a bomba de sódio e potássio
transporta três íons sódio para o exterior da célula ao mesmo tempo que
transporta dois íons potássio para o interior da célula. Assim, para cada ciclo
da bomba, o interior da célula perde uma carga positiva. Dado que a membrana
não é permeável, a maioria dos íons de carga negativa do interior da célula, a
continuação deste processo irá resultar em acúmulo de cargas positivas no
exterior e excesso de cargas negativas no interior da mesma. Desta forma
mantemos um potencial transmembranoso.
Este potencial chamado potencial de ação,
ocorre devido a variações rápidas do potencial da membrana, ou seja, é
originada uma variação abrupta do potencial da membrana em repouso passando a
um potencial positivo (despolarizado) que em seguida, ou melhor, em poucos
décimos miléssimos de segundos, retorna ao valor do potencial de repouso que é
negativo (repolarizado).
OBS: É necessário uma DDP ativando uma fibra para
manter a organização. Quando se tem uma lesão, se perde a DDP, então, se perde
a organização. Mantendo a DDP, mantém a passagem da corrente elétrica e mantém
a organização da cicatrização, abre os canais de Ca+ da membrana para absorção
(facilita influxo de Ca+).
Efeitos Secundários ou Indiretos:
Efeito sobre a microcirculação:
Efeito trófico celular
Efeitos Terapêuticos:
Efeito
analgésico:
O efeito analgésico e conseguido a partir de
cinco, desde que haja absorção da radiação por parte do tecido tratado. São
eles:
-Efeito bioenergético onde equilibra a energia
presente no ponto lesado levando o tecido a
um estado energético normal e consequentemente sem dor.
-Devido ao efeito antiinflamatório e
antiedematoso, ocorre à diminuição do infiltrado intersticial que exerce
pressão excessiva sobre os tecidos comprometidos pela lesão e consequente sobre
as terminações livres, desta forma, consegue-se diminuir o desencadeamento do
estimulo doloroso.
-Devido ao efeito sobre a microcirculação
reabrindo os capilares, promove a reabsorção do exsudato inflamatório,
eliminando as substâncias alogênicas locais responsáveis pelo desencadeamento
do estimulo doloroso sendo as principais a histamina, bradicinina,
prostaglandina e também promovendo melhor circulação de fluidos nos tecidos
evitando assim congestionamentos.
-Devido ao efeito bioquímico a liberação de
substâncias endógenas responsáveis pelo bloqueio do estimulo doloroso como as
beta-endorfinas e um precursor destas
chamado serotonina.
-Devido ao efeito bioelétrico relacionado ao
equilíbrio do potencial da membrana impedindo por sua vez que esta se
despolarize. Desta forma não é possível desencadear o potencial de ação nas terminações
nervosas livres e consequentemente não percebemos o estimulo doloroso.
Efeito
antiinflamatório e antiedematoso:
Os efeitos antiinflamatório e antiedematoso
são dados pela ação do laser na ativação da corrente sanguínea onde a
vasodilatação arteriolar e abertura dos
vasos pré-capilares restabelecendo a microcirculação atuam aumentando a
renovação do sangue nos tecidos e consequentemente “varrendo” do local da lesão
as substâncias alogênicas, exsudatos fibrinosos, e substâncias catabólicas, ao mesmo
tempo que aumentam o aporte nutricional
e de oxigênio ao tecido em questão.
Efeito
regenerador tecidual (cicatrizante):
Dentre os efeitos terapêuticos já citados, o
efeito de aceleração do processo de reparação tecidual é o de maior importância
para a indicação da laserterapia.
Não se pode afirmar com segurança o mecanismo
pelo qual a aceleração do processo de reparação tissular ocorre, porém existem
pesquisas que fornecem dados importantes para a aceitação das hipóteses
apresentadas.
A utilização terapêutica de radiações com
comprimento de onda das diversas porções visíveis ou invisíveis do espectro
eletromagnético tem sido usadas por muito tempo e sua eficácia muitas vezes
discutida pois há ainda diferenças entre determinados estudos teóricos
encorajadores e alguns dos resultados práticos obtidos por esta terapia. Por
outro lado, outras experiências demonstram grande proliferação de células
fibroblásticas ainda mais em feridas antigas de difícil cicatrização.
Os efeitos fotobiológicos produzidos pela
radiação laser são convencionalmente divididos em efeitos diretos (de tempo
curto) que seriam os efeitos observados poucos segundos ou minutos após a
irradiação laser, e os efeitos indiretos (de longo tempo) que seriam os efeitos
observados horas ou até dias após o término da irradiação e que geralmente
envolve biossínteses de suma importância para compreensão do processo de
regeneração tecidual.
Estes efeitos parecem ocorrer a nível
mitocondrial gerando a estimulação de diversas reações enzimáticas em sua
matriz que levaria no final do processo à aceleração da mitose celular.
Técnicas de Aplicação:
Terapia
pontual:
É aquela na qual a caneta laser, ou seja, o
aplicador está em contato direto com a pele e a aplicação é feita concentrando
toda a energia no ponto de contato desta caneta com o tecido tratado. Neste
caso, a perpendicularidade deverá ser máxima, a fim de que o aproveitamento
energético seja ótimo e a reflexão seja mínima.
Terapia
em varredura (zonal):
É a técnica na qual “varremos” com a caneta
emissora de radiação laser na área a ser tratada a partir do momento que
delimitamos esta área com a aplicação prévia da técnica pontual. Como a energia
aplicada não está sendo concentrada em somente um ponto do tecido e sim em uma
área maior é necessário maior tempo de aplicação para se conseguir depositar a
quantidade de energia desejada no tecido.
Dosimetria:
Até bem pouco tempo se fazia necessário a
utilização de fórmulas a fim de se aplicar seguramente determinada forma de
radiação laser em um tecido, pois para que a laserterapia seja efetiva, deve
ser baseada na quantidade de energia depositada no tecido suficiente para gerar
o efeito terapêutico desejado. Desta forma, em se tratando dos aparelhos
antigos, para que fosse possível aplicar de forma segura a densidade de energia
escolhida, era primeiramente necessário conhecer a potência real do equipamento
utilizado. Isto tornar-se-ia fácil diante de um laser de hélio-neon, porém,
quando se trata de um laser de diodo como o arseneto de gálio que possui
emissão pulsada, torna-se necessário calcular sua potência média a fim de se
obter a potência real do aparelho. Este cálculo seria feito com a seguinte
fórmula: PM = PP x Ti x F, onde PM = Potência média (watts).
Através de um dispositivo de tempo que desarma
sempre que a dosagem de radiação selecionada tenha sido devidamente emitida.
Tempo de aplicação:
Áreas pequenas → 2 min (ex: interfalangeana)
Áreas médias → 4 min (ex: cotovelo)
Áreas grandes → 6 a 8 min (ex: ombro,
quadríceps)
OBS: Não pode exceder 10 minutos ao dia, pois vai
acumular e provocar efeitos colaterais. Se tiver que aplicar nos dois ombros,
por exemplo, não adianta fazer 5 minutos em cada, vai ter que tratar um ombro
cada dia com 6 minutos que é o necessário.
Dose:
Antiflogístico → 1 a 2 J/cm2
Analgésico → 2 a 3 J/cm2
Anti-edematoso → 3 a 4 J/cm2
Cicatrizante → 4 a 6 J/cm2
Para saber quantos joules usar em um
determinado tipo de tratamento, tem que ver os parâmetros de dosimetria.
Parâmetros de dosimetria:
1. Fase
da patologia:
Fase aguda → Dose alta
Fase crônica → Dose baixa
2. Atividade
física:
Atleta → Dose alta
Sedentário → Dose baixa
3. Idade:
Criança → Dose alta (metabolismo mais alto)
Idoso → Dose baixa
4. Quantidade
de queratina da região:
Muita queratina → Dose alta
Pouca queratina → Dose baixa
5. Cor:
Branco → Dose alta (reflete)
Negro → Dose baixa (absorve)
6. Estado
nutricional:
Nutrido → Dose alta
Desnutrido → Dose baixa
7. Hidratação:
Hidratado → Dose alta
Desidratado → Dose baixa
Quando
se aplica laser, abre-se um raio de 10 cm.
Contra-indicações:
Pacientes grávidas
Região próxima as gônadas
OBS: O laser tem efeito teratogênico, ou seja,
altera o DNA.
Região dos olhos
OBS: A esclerótica é branca. Usar óculos
(paciente e terapeuta), cada tipo de laser tem seu óculos de proteção
específica.
Neoplasias
Efeitos Colaterais:
Náuseas
Vômito
Anorexia
cefaleia
Stress
Estafa
Anemia
Perda de peso
Hipotensão
OBS: Ocorrem porque esta interferindo no campo
bioenergético do organismo.
vc tem conhecimento dos tratamentos a laser feitos para Neuropatias Periféricas,onde estão sendo utilizadas em larga escala no USA.E sabe de alguem no Estado Rio de Janeiro que faça.grato. EDVALDO REZENDE DE MIRANDA . edvaldorezende@uol.com.br
Pacientes com pinos, placas em membros..teria contra indicação
Ameeeiii, tudo que eu preciso está aqui. Muito obrigada!!!
Bom otimo
Qual e a referencia biográfica
Muito esclarecedor, obg.
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