Desmame difícil da ventilação mecânica
Definição
Desmame: transição da ventilação
artificial para a espontânea nos pacientes que permanecem em ventilação
mecânica invasiva por tempo superior a 24 h.
Interrupção de ventilação mecânica:
refere-se aos pacientes que toleraram um teste de respiração espontânea e que
podem ou não ser elegíveis para extubação.
Extubação: é a retirada da via aérea
artificial. No caso de pacientes traqueostomizados, utiliza-se o termo
decanulação.
Ventilação mecânica prolongada: é a
dependência da assistência ventilatória, invasiva ou não invasiva, por mais de
6 h por dia, por tempo superior a três semanas, apesar de programas de reabilitação,
correção de distúrbios funcionais e utilização de novas técnicas de ventilação.
Sucesso do desmame: manutenção da
ventilação espontânea durante pelo menos 48 h após extubação ou por 7 dias nos
pacientes em ventilação mecânica prolongada.
Objetivos
Identificar
pacientes elegíveis para o teste de respiração espontânea.
Realizar o
processo de extubação com segurança
Indicação / Contra-Indicação
Indicações:
Pacientes em
ventilação mecânica invasiva por mais de 24 horas
Contra-indicações:
Situações de
instabilidade clínica e/ou cirúrgicas e insuficiência respiratória grave.
Responsáveis
Médicos: indicação de manutenção do
suporte ventilatório ou dar início ao de desmame em descontinuidade do suporte
ventilatório.
Fisioterapeuta: na progressão do
desmame e extubação.
Enfermeiros: na vigilância continua do
processo
Orientação ao
Paciente Pré-Procedimento
Orientar
pacientes e familiares sobre o processo de retirada da ventilação mecânica e
seus riscos.
Material
Não aplicável.
Descrição dos
Procedimentos
Protocolo de desmame:
A avaliação
diária é realizada diariamente e registrada em evolução, a partir do momento que
completar mais de 24 horas de ventilação mecânica ou durante processo de
discussões multiprofissionais. Itens verificados: RX, resolução da causa da
necessidade de ventilação mecânica, sedação, nível de consciência, troca gasosa,
estabilidade cardiovascular, lactato, febre, Hb, estado metabólico. Na
indicação de teste de respiração espontânea, realizar medidas ventilatórias
antes de iniciar o teste: Pimax, Pemax, f/Vt, CVe VM. E teste de respiração espontânea
é realizado em pressão de suporte 7-5 cmH2O, PEEP 5-10 cmH2O de 30 até 120 minutos.
Avaliar a tolerância ao teste: troca gasosa, estabilidade hemodinâmica, frequência
respiratória, conforto respiratório e nível de consciência.
Caso haja
intolerância ao TRE, dar-se-á continuidade ao processo de avaliação diária e em
conjunto com equipe multiprofissional investigar o motivo da intolerância.
Seguir
fluxograma de DESCONTINUAÇÃO DO SUPORTE VENTILATÓRIO. No caso de Pacientes em
ventilação mecânica prolongada, seguir fluxograma de DESCONTINUAÇÃO DO SUPORTE
VENTILATÓRIO PROLONGADO.
Pacientes que
são extubados e indicado VNI, manter por no mínimo 24 horas e após inicia-se tentativas
de intercalar VNI x oxigenioterapia s/n. Porém os pacientes que são extubados e
permanecem dependentes da VNI por mais de 48 horas, serão considerado insucesso
de desmame.
Pacientes traqueostomizados,
ao passarem no TRE, podem ser nebulizados. No caso de indicação de BIPAP (invasivo),
continua o processo de avaliação diária. Porém para se iniciar o TRE o paciente
necessita de estar com: IPAP =14, EPAP= 8. O TRE no BIPAP traqueostomia será em
CPAP 8 de 30 a 120 minutos ou nebulização. Parâmetros a serem pontuados: Sinais
de desconforto respiratório, adequação de troca gasosa, estabilidade
hemodinâmica e nível de consciência.
Clique para ampliar
Clique para ampliar
Orientação
Familiar / Paciente Pós-Procedimento
Orientar os
familiares quanto ao processo de manutenção do paciente fora de ventilação
invasiva e seus riscos
Desempenho
Esperado
Sucesso no
processo de desmame
Pontos Críticos
/ Riscos
Fadiga:
ansiedade, confusão, rebaixamento do nível de consciência; sudorese; agitação; dessaturação
de O2; uso de musculatura acessória; movimento paradoxal tóraco-abdominal; descompensação
hemodinâmica; taqui ou bradicardia; hipo ou hipertensão; Insucesso no desmame e
reintubação.
Registro
Prontuário do
paciente
Referências
MACINTYRE NR. Discontinuing
Mechanical Ventilatory Support. Chest 2007;132:1049-1056
MACINTYRE NR. Evidence–Based
Guidelines for Weaning and Discontinuing Ventilatory Support:
A Collective Task Force Facilitated
by the American College of Chest Physicians; the American Association for
Respiratory Care; and the American College of Critical Care Medicine. Chest
2001; 120:375-395.
MACINTYRE NR et al. Management of
Patients Requiring Prolonged Mechanical Ventilation. Chest 2005;
128:3937-3954.
Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein
Postar um comentário
Identifique-se para uma troca saudável