Aumento do fluxo expiratório AFE
A técnica do AFE consiste em
uma expiração ativa ou passiva associada a um movimento toracoabdominal
sincronizado gerado pela compressão manual do fisioterapeuta, durante a fase
expiratória do paciente. Dessa maneira promove-se um esvaziamento passivo do ar
presente nos pulmões, facilitando o deslocamento das secreções. Tal técnica foi
sugerida e apresentada por Barthe, em 1976, como tratamento de remoção de
secreções de crianças com mucoviscidose. Como já foi discutido anteriormente, a
maleabilidade dos brônquios da criança pode interferir nos efeitos das
percussões torácicas. A tentativa de compressão do gás pela alteração da
velocidade e do volume expiratório justifica a aplicação da técnica.
O princípio físico da
técnica baseia-se nos efeitos da Lei de Poiseuille, onde a velocidade de um
fluxo é inversamente proporcional à quarta potência do raio. A velocidade do
fluxo é variável, e a amplitude está relacionada com a quantidade de secreção a
ser mobilizada; assim, quando se pretende mobilizar pequenos volumes, aplica-se
a técnica em alta velocidade. O fluxo expiratório elevado mobiliza secreções de
vias aéreas proximais. Esses conceitos precisam ser mais estudados,
principalmente porque vivenciamos situações estruturais pulmonares
comprometidas, e é bastante incerto avaliar o quanto é fluxo alto ou baixo em
indivíduos com lesões de parede brônquica, por exemplo. Na prática, nota-se que
a técnica é efetiva quando há grande volume de secreção, e é realizada de forma
passiva, em indivíduos sem distensão abdominal.
A forma passiva da técnica é
normalmente realizada em crianças sem nível de colaboração. A forma
ativa-assistida consiste em o paciente realizar a expiração com a glote aberta,
necessitando do terapeuta para a pressão manual; e a ativa consiste na
participação plena do paciente.
Método
de aplicação
A.
Fase inicial. B. Fase de compressão ou aumento do fluxo.
Quando há a participação do
terapeuta, o paciente deve permanecer na posição supina ou decúbito elevado; e
ao expirar (forma passiva) ou ser estimulado a expirar (forma ativa-assistida),
a compressão manual do fisioterapeuta deve acontecer com uma das mãos na região
torácica e a outra na região abdominal. A mão no tórax realiza a compressão oblíqua,
de cima para baixo, de frente para trás, e a mão na região abdominal realiza o
movimento oblíquo, de baixo para cima, de frente para trás.
Fonte: Bases da Fisioterapia Respiratória
- Terapia Intensiva e Reabilitação - Maria da Glória Rodrigues Machado
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