Parâmetros iniciais para a aplicação da VNI em pediatria e neonatologia
Para a aplicação da VNIPP
(Ventilação Não Invasiva com Pressão Positiva), inicialmente, recomenda-se a
avaliação clínica e laboratorial da criança.
Os aspectos fisiológicos e
fisiopatológicos devem ser considerados, analisando-se também os exames gasométricos
e de imagem e, a pós o momento ideal para a instituição desta modalidade de ventilação.
Os parâmetros a serem
instituídos na VNIPP dependem: da idade e peso da criança, da doença de base,
da condução ventilatória (drive), do trabalho ventilatório, dos gases
sanguíneos analisados, da tolerância aos parâmetros selecionados. Sugere-se
iniciar a VNIPP, em pacientes pediátricos, com os parâmetros iniciais descritos
na Tabela 1. Os ajustes destes parâmetros devem ser realizados de acordo com a
necessidade de cada caso clínico.
Tabela 1- Parâmetros
iniciais recomendados para pacientes pediátricos
Parâmetros
|
Valores
numéricos
|
Unidades
|
IPAP
|
8 a 12
|
cmH²O
|
EPAP
|
4 a 6
|
cmH²O
|
Frequência
de backup
|
8 a 12
|
cpm
|
Relação
I:E
|
1:3
|
segundos
|
Sensibilidade
à fluxo
|
0,5 a 1,0
|
L/min
|
Tempo
inspiratório
|
de
acordo com a constante de tempo por idade* e doença de base
|
segundos
|
Fluxo
|
de
acordo com a idade
e
doença de base
|
L/min
|
A utilização da VPM invasiva
em recém nascidos (RN), especialmente quando pretermo, está relacionada com
diversas complicações (aumento das taxas de infecção, displasia
broncopulmonar), aumentando a morbimortalidade. A aplicação da pressão contínua
nas vias aéreas através de prongas nasais (CPAP-N ou CPAP nasal) reduz as
complicações inerentes a VPM invasiva, estabiliza as vias aéreas, auxilia nas
trocas gasosas, reduz os episódios de apnéia, a obstrução alta das vias aéreas
e a assincronia tóracoabdominal. Entretanto, altos níveis de CPAP podem
ocasionar distensão abdominal e reduzir a complacência pulmonar, resultando em
hipoventilação.
A aplicação de outros modos
ventilatórios durante a VNIPP, por exemplo, BiPAP, pode evitar o aumento da
pressão transdiafragmática e esofágica (ocasionado por altos níveis de CPAP). O
uso pressão positiva de forma intermitente possibilita um aumento do volume
corrente (VC) e volume minuto. Esta modalidade reduz o número de episódios de apneia,
pois a pressão positiva intermitente atua como um estímulo à respiração;
permite uma ventilação com uma pressão média das vias aéreas (MAP) mais
elevada, resultando em um melhor recrutamento alveolar; permite a eliminação de
CO2 das vias aéreas superiores e conseqüentemente redução do espaço morto
anatômico. Os parâmetros recomendados para pacientes neonatais estão descritos
na Tabela 2.
Tabela 2- Parâmetros
iniciais recomendados para pacientes neonatais
Parâmetros
|
Valores
numéricos
|
Unidades
|
IPAP
|
< 16
|
cmH²O
|
EPAP
|
4 a 6
|
cmH²O
|
CPAP
|
5 a 7
|
cmH²O
|
Frequência
de backup
|
8 a 12
|
cpm
|
Relação
I:E
|
1:3
|
segundos
|
Sensibilidade
à fluxo
|
0,5 a 1,0
|
L/min
|
Tempo
inspiratório
|
de
acordo com a constante de tempo por idade* e doença de base
|
segundos
|
Fluxo
|
de
acordo com a idade
e
doença de base
|
L/min
|
Legenda: IPAP= pressão inspiratória
positiva; EPAP= pressão expiratória positiva final; cpm= ciclos por minuto. * Recém
nascidos: 01 constante de tempo = 0,15 segundos; Lactente: 01 constante de tempo
= 0,20 segundos. São necessárias de 03 a 05 constantes de tempo para que ocorra
o equilíbrio de pressões nos pulmões, para que ocorram as trocas gasosas.
Fonte: Consenso ventilação pulmonar
mecânica em pediatria/neonatal - AMIB
Postar um comentário
Identifique-se para uma troca saudável