Protocolo de decanulação de traqueostomia
O protocolo de decanulação inicia com
a desinsuflação do cuff após aspiração rigorosa das vias aéreas superiores,
região supra cuff e da própria traqueostomia. O paciente permanece em
observação por vinte e quatro horas quanto às alterações da quantidade de
secreções, tosse, padrão respiratório. Caso o paciente necessite de aporte de
oxigênio, este será através da máscara de traqueostomia.
Neste protocolo não é realizada a
oclusão da cânula plástica ou policloreto de vinila (PVC). Os diâmetros das
traqueostomias plásticas ou PVC utilizadas ocupam aproximadamente 75% do
diâmetro da traqueia. O diâmetro transverso médio da luz traqueal em adultos é
de 12 mm, a oclusão da cânula plástica é discutida, pois, a área livre para o
fluxo inspiratório e expiratório fica restrita, gerando maior resistência e
turbulência para a passagem de ar. Esta restrição pode levar a resultados
falsos positivos para obstrução alta, estenose baixa ou granulomas.
Ao final de vinte e quatro horas sem
nenhuma intercorrência, é realizada a troca por uma cânula de traqueostomia
metálica número cinco e imediatamente será realizado o primeiro teste de
oclusão com o êmbolo de uma seringa de dez ml. Em caso de falha, o teste deverá
ser repetido dentro das próximas doze horas. São realizadas três tentativas de
oclusão, em casos negativos, considerar a realização de vídeo
laringofaringo-fibroscopia ou broncoscopia para avaliação de possível estenose
de traqueia, edema de glote, traqueomalácia ou presença de granulomas.
Em caso de sucesso, a cânula metálica
número cinco permanecerá ocluída por vinte e quatro horas. Não havendo a
necessidade dentro deste período de abertura para aspiração de secreções ou
desconforto respiratório, o paciente estará apto a prosseguir com o protocolo
de decanulação. A cânula será reduzida para a metálica número três desde que, o
estoma traqueal tenha reduzido seu diâmetro e se aproximado da parede da
cânula.
Contemplados as exigências acima, o
paciente permanecerá por mais vinte e quatro horas com a cânula ocluída com um
êmbolo de seringa de cinco ml e passará por nova avaliação quanto á tosse e
deglutição efetivas e também redução do diâmetro do estoma traqueal. Após este período de oclusão sem alterações no
quadro do paciente e com estoma traqueal viável, o paciente será decanulado.
Fonte: Proposta de um protocolo de desmame e
decanulação em traqueostomia e oclusão do estoma traqueal - Tânia Mara Marchezin
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