Síndrome de Ramsay Hunt paralisia facial severa
A Síndrome de Ramsay Hunt foi descrita pelo autor em
1907, tendo como agente causador o vírus Varicela-Zoster. A infecção por este
vírus acarreta comprometimento de nervos cranianos tais como, o V, IX, X, XI,
XII e principalmente do VII par - sendo que o acometimento do gânglio
geniculado afeta as porções motora e sensorial deste nervo.
O quadro clínico da Síndrome de Ramsay Hunt pode se
apresentar em três tipos neurológicos diferentes de Síndrome de Ramsay Hunt que
o único que partilham é o fato de os três ter sido descritos pelo mesmo autor.
Síndrome de Ramsay Hunt tipo I, também chamado de
Síndrome Cerebelar de Ramsay Hunt, é uma forma rara de degeneração cerebelar
caracterizada por epilepsia mioclônica, ataxia progressiva, tremores e
demência.
Síndrome de Ramsay Hunt tipo II é causada por uma reativação
do vírus herpes zoster (VHZ) latente no gânglio geniculado do nervo facial. É
caracterizado por paralisia facial periférica acompanhada de eritema vesicular
do ouvido externo ou boca e outros sinais/sintomas como acúfenos, diminuição da
acuidade auditiva, náuseas, vômitos, vertigem e nistagmo. É a segunda causa
mais comum de paralisia facial periférica não traumática. Não há predileção por
sexo e a incidência aumenta consideravelmente após os 60 anos. Indivíduos com
comprometimento da imunidade celular e estresse físico e emocional são
susceptíveis. O paciente apresenta-se tipicamente com paralisia facial, otalgia
severa, vesículas dolorosas em orelha externa, face, boca e/ou língua,
vertigem, náusea, vômitos, olho seco, perda auditiva e zumbido. Sintomas como
hipoacusia e vertigem ocorrem devido à proximidade do nervo facial ao
vestibulococlear no ângulo pontocerebelar ou via vasa vasorum.
Síndrome de Ramsay Hunt tipo III trata-se de uma
síndrome pouco comum (também chamada paralisia do artesão [carece de fontes]),
uma neuropatia ocupacional induzida num ramo profundo do nervo ulnar.
Segundo a literatura, o diagnóstico deve ser feito
precocemente através de suspeita clínica e confirmação laboratorial, tornando
possível a administração de terapia medicamentosa a tempo hábil (relata-se o
uso de aciclovir e analgésico), visando inibir a reprodução do DNA viral e
aliviar a dor, prevenindo assim maiores complicações. O prognóstico é melhor
quanto mais cedo houver interação medicamentosa, contudo o efeito de tais
medicamentos para a regressão da paralisia é controverso.
A manifestação mais relevante da síndrome é, sem
dúvida, a paralisia facial, pois a face constitui o meio pelo qual nos
apresentamos ao mundo à medida que revela a expressão de nossos sentimentos e
idéias, possibilitando a comunicação verbal - através da fala, e a não verbal -
através da mímica facial. A paralisia facial é uma desordem que desfigura a
face do indivíduo acarretando inúmeros efeitos negativos em sua vida, pois gera
um importante impacto emocional devido ao comprometimento de sua imagem,
prejudicando assim seus relacionamentos pessoais e sociais. Além de prejudicar
a estética, prejudica os processos de comunicação e execução da função
alimentar.
Os sinais da paralisia no indivíduo com Ramsay Hunt
são os mesmos encontrados em casos de Paralisia de Bell, porém se apresentam
mais severos, pois, nesta síndrome, a paralisia facial não é produto de uma
encefalite e sim de um direto envolvimento do nervo facial com degeneração de
suas fibras nervosas. Desta forma, observa-se sequelas mais severas sobre a
musculatura facial, implicando num prognóstico pior.
Tratamento
Prioriza se proteção da córnea, do ressecamento devido
à perda da capacidade de piscar e produzir lágrima adequadamente. Colírios são
recomendados durante o dia e pomadas oftálmicas à noite.
O foco atual do tratamento volta-se para diminuição da
inflamação presumida do nervo facial, prevenindo potenciais complicações
através do uso de corticóides e antivirais.
Métodos térmicos, eletroterapia (uso de corrente
elétrica para provocar a contração de um músculo ou grupo muscular), massagem,
exercícios faciais e biofeedback são modalidades de fisioterapia que têm sido
usadas. Propostas com exercícios são mais freqüentes que as demais.
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