Ventilação mecânica na doença pulmonar obstrutiva crônica - dpoc
1.
DEFINIÇÃO
Estratégia ventilatória inicial para
pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica -DPOC
2.
OBJETIVO
Promover
repouso da musculatura respiratória, promover a melhora dos distúrbios agudos da
troca gasosa, redução da hiperinsuflação pulmonar e otimização da sincronia
paciente-ventilador.
3.
INDICAÇÃO E CONTRA INDICAÇÃO
Indicações
Considerar
VM invasiva quando houver contraindicação para VNI ou quando houver falha no
uso da VNI (25% dos casos). Otimizar o tratamento medicamentoso.
Na
IOT, utilizar cânulas com maior diâmetro possível, idealmente > 8mm, para
reduzir a resistência das vias aéreas e facilitar a remoção das secreções.
Contra-Indicação
Não aplicável.
4.
MATERIAL NECESSÁRIO
Ventilador mecânico
5.
ORIENTAÇÃO AO PACIENTE
PRÉ-PROCEDIMENTO
Se possível orientar o paciente, sobre a necessidade de
sedação para realização da intubação e posterior ventilação.
6.
FLUXOGRAMA DO PROCESSO
Não aplicável
7.
DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
Responsável: Médico e Fisioterapeuta
Modalidade: PCV ou VCV;
Ajustar a FiO² com base na gasometria arterial e na oximetria de pulso de
modo a utilizar-se a menor FIO² que mantenha a SaO² entre 92 e 95% e PaO² entre
65 e 80mmHg.
Utilizar volumes correntes baixos, de 6mL/kg do peso predito. Nos modos PCV
e PSV, monitorizar excessos de volume corrente que podem ocorrer com valores
baixos de pressão.
Programar a frequência respiratória inicial entre 8 e 12 por minuto. O volume-minuto deve ser ajustado para
normalizar o pH arterial, e não a PaCO².
No modo volume controlado, utilizar fluxos inspiratórios desacelerados de
40 a 60L/min, com ajuste da relação inspiração:expiração (I:E) em valores
<1:3, permitindo um tempo expiratório prolongado, suficiente para promover a
desinsuflação pulmonar e melhorar o aprisionamento aéreo. No modo pressão
controlado, ajustar o menor valor de pressão de distensão, visando atingir um
tempo inspiratório suficiente para ocorrer a zeragem do fluxo inspiratório pelo
ventilador (tempo de enchimento pulmonar).
Aplicar PEEP externa para contrabalançar a auto-PEEP secundária à limitação
ao fluxo aéreo expiratório, como tentativa de desinsuflação pulmonar, desde que
associados a uma monitorização adequada da mecânica respiratória.
8.
ORIENTAÇÃO DO PACIENTE E/OU FAMILIAR
PÓS PROCEDIMENTO
Orientar sobre a necessidade da
prótese ventilatória para restabelecimento da ventilação espontânea.
9.
PONTOS CRÍTICOS E RISCOS
Realizar a monitorização da mecânica
respiratória e da hiperinsuflação pulmonar na exacerbação da DPOC. Os
principais parâmetros a serem monitorizados são: pressão de platô, pressão de
pico, auto-PEEP, resistência das vias aéreas e as curvas: fluxo versus tempo,
volume versus tempo e pressão versus tempo. Em crises de broncoespasmo graves,
pressão de pico de até 45 cmH²O pode ser tolerada, desde que acompanhada de pressão
de platô ≤ 30cmH²O.
10.
REGISTRO
Na folha de evolução diária no prontuário do paciente.
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