Ventilação mecânica nos pacientes obesos
1.
DEFINIÇÃO
Pacientes com índice de massa corporal (IMC)
≥ 30kg/m² são considerados obesos. Essa condição cursa com uma série de
alterações fisiológicas, como a redução da complacência pulmonar, decorrente do
efeito mecânico direto da distribuição de gordura e da posição anormal do
diafragma.
2.
OBJETIVO
Adequar
a ventilação frente às necessidades especiais dos pacientes com índice de massa
corpórea ≥ 30kg/m².
3.
INDICAÇÃO E CONTRA INDICAÇÃO
Indicações
Pacientes
com índice de massa corpórea ≥ 30kg/m².
Contra-Indicação
Não aplicável.
4.
MATERIAL NECESSÁRIO
Ventilador mecânico
Fórmulas:homens: 50 + 0,91 x (altura em cm - 152,4);
mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4).
5.
ORIENTAÇÃO AO PACIENTE
PRÉ-PROCEDIMENTO
Se possível orientar o paciente, sobre a necessidade de
sedação para realização da intubação e posterior ventilação.
6.
FLUXOGRAMA DO PROCESSO
Não aplicável
7.
DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
Responsável: Médico e Fisioterapeuta
Modalidade: PCV ou VCV;
Usar VC de 6mL/Kg de peso predito;
FiO² sugerida como o valor mínimo para
manter a saturação de oxigênio (SatO²) ≥92%;
Frequência
respiratória:
normoventilação – 12 a 16rpm;
Fluxo: necessário para manter a demanda do
paciente - 40 a 60L/minuto (VCV) e livre (PCV);
Utilizar níveis de PEEP ≥ 10 cmH²O;
Limitar Pplatô ≤ 35cmH²O;
Em casos de SDRA moderada e grave, tolera-se
subir a Pplatô até um máximo de 40cmH²O, mantendo-se uma pressão de distensão ≤ 15 cmH²O, necessariamente.
8.
ORIENTAÇÃO DO PACIENTE E/OU FAMILIAR
PÓS PROCEDIMENTO
Orientar sobre a necessidade da
prótese ventilatória para restabelecimento da ventilação espontânea.
9.
PONTOS CRÍTICOS E RISCOS
Realizar a monitorização da mecânica
respiratória. A monitorização da pressão intra-abdominal - PIA - deve ser
avaliada em casos de aumento dos níveis de PaCO² e/ou aumento das pressões nas
vias aéreas, que não possa ser justificado por causas pulmonares.
Adotar a posição de Trendelemburg
reverso durante a ventilação. O objetivo é melhorar a PaO², a complacência
estática do sistema respiratório (Csr) e o débito cardíaco (DC), além de
reduzir a formação de atelectasias.
Evitar a posição supina, em virtude da
redução da capacidade residual funcional, do débito cardíaco e pelo aumento do
trabalho respiratório. Na possibilidade da realização, sugere-se adotar a
posição beach chair (cadeira de praia).
10.
REGISTRO
Na folha de evolução diária no prontuário do paciente.
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